Nosso novo blog será lançado em: (Tempo Fantasia)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Terminais rodoviários parados e manifestação de rua marcam dia nacional de paralisações


Camila Chaves, de Fortaleza

     Aquele que poderia ter sido um dia comum na rotina de milhares de trabalhadoras e trabalhadores cearenses transformou-se num importante dia de reflexão e manifestação de muita indignação. Além da adesão de categorias como a da construção civil e do serviço público federal, a paralisação do transporte urbano desencadeou a parada das atividades de diversas outras categorias. Em todo os terminais da cidade, assim como na rodoviária Engenheiro João Tomé, os ônibus foram parados durante o período da manhã e liberados no início da tarde. 


     De modo geral, a população mostrou-se disposta a compreender a importância do que naquele dia acontecia em todo o país: aproximavam-se dos carros de som para ouvir as intervenções, pediam materiais como panfletos e adesivos e, em alguns casos, pediam espaço para expressar apoio e indignação diante dos descasos dos governos de Roberto Cláudio e Cid Gomes (ambos PSB).
     Essas ações de paralisação foram organizadas pela CSP Conlutas (Central Sindical e Popular), com o apoio da militância do PSTU, Consulta Popular e Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL), como parte do Dia Nacional de Paralisações, convocado pelas centrais sindicais. Entidades da base da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimento popular se incorporaram ao ato de rua.


     Cerca de 2 mil pessoas participaram da manifestação que saiu da Praça da Bandeira, cortando ruas e avenidas até chegar à Prefeitura Municipal. Foi formada uma comissão com o objetivo de questionar o andamento da pauta de reivindicações entregue no dia 11 de julho. Contudo, alegando que o prefeito não estava presente, a Prefeitura propôs um representante para recebimento da comissão, o que não foi aceito pelos manifestantes. 
     Tendo parado as ruas e a produção, para nós do PSTU o 30 de agosto serviu para reforçar que não deve haver nenhuma confiança nos governos municipal, estadual e federal e que, principalmente, segue a disposição de luta da juventude e dos trabalhadores. Em Fortaleza, as entidades que participaram do dia de lutas agora se preparam para organizar ações unificadas para o 7 de setembro, quando acontece em todo o país o Grito dos Excluídos. Eis o próximo passo.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Iludir os estudantes ou construir uma nova direção? | Uma polêmica com o PSOL


O Brasil mudou, sua situação política mudou e o que parecia muito distante até então veio com uma força acelerada e fulminante. As mobilizações que aconteceram em junho deste ano já marcam a história das lutas em nosso país. A transformação na consciência do jovem brasileiro – que passou de uma condição passiva da política para uma não só ativa, mas cotidiana – permanecerá por muito tempo e não voltará para o mesmo nível do que era antes de junho. Quase dois meses após a semana em que dois milhões de pessoas foram às ruas em todo país, e um mês após a grande mobilização da classe trabalhadora no 11 de julho, ainda vemos várias manifestações da juventude, como as ocupações das câmaras e atos com as mais diversas pautas. Isso mostra toda a indignação do jovem brasileiro.
Porém, para nós marxistas-leninistas, não basta contemplar o momento único que a história nos proporciona, é preciso ao máximo estudar a realidade sob a luz do método marxista para melhor compreendê-la e com isso avançarmos em nossas intervenções cotidianas. Isso significa que precisamos rever nossas posições políticas, ter sensibilidade para entendermos que uma alteração na situação política de um país exige uma alteração na política que vamos propor ao conjunto de ativistas e manifestantes, que as palavras de ordem antes puxadas já não surtem mais efeito, pois não estão adequadas para esse momento que passamos e que precisamos avaliar nossas antigas posições para não nos colocarmos como um empecilho para a transformação da sociedade. 
Queremos aqui fazer uma polêmica fraterna com os camaradas do PSOL e sua principal política no movimento estudantil, a permanência na União Nacional dos Estudantes (UNE) a partir da composição da Oposição de Esquerda.

A verdadeira legitimidade da UNE na juventude brasileira


É de conhecimento de uma parte dos ativistas e militantes do movimento estudantil brasileiro a recusa do PSOL em construir a Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL), entidade estudantil surgida em 2009 com o intuito de se contrapor à política governista da UNE a partir de uma série de princípios que vão desde a independência financeira até a aliança operário-estudantil, princípios estes que não existem na UNE.
Um dos principais argumentos utilizados pelos camaradas é a legitimidade que a UNE possui no conjunto dos estudantes brasileiros, o que justificaria a necessidade de participar dos fóruns da UNE, legitimá-los a partir da tiragem de delegados para seus espaços (como o que aconteceu recentemente para o CONUNE), e disputar cargos de direção da entidade.
O CSOL – corrente interna do PSOL que constrói o coletivo Rompendo Amarras – afirma em um de seus documentos que “O Conune, maior espaço da entidade, costuma juntar aproximadamente 4 mil delegad@s e 8 mil estudantes no total. A tiragem de delegad@s por universidade, tendo quorum mínimo de 5 % do total de estudantes matriculados, significaria que aproximadamente 4 milhões de estudantes estariam “representad@s”. A expectativa da oposição de esquerda da UNE é de ter aproximadamente 400 delegad@s, sendo 400 mil “representad@s”[1]. Já o MES –  outra corrente interna do PSOL que constrói o coletivo Juntos – também se ancora no argumento da legitimidade da UNE entre a maioria dos estudantes brasileiros, e esta fala se confirma quando, no vídeo de chamado ao 53º CONUNE, uma das principais figuras públicas deste coletivo é o responsável por sustentar tal argumento. [2]
Na lógica dos companheiros e companheiras do PSOL, uma vez que existe uma maioria esmagadora dos estudantes que legitimam e se sentem representados pela UNE, não é suficiente disputá-los diretamente em suas escolas e universidades, não são suficientes as ações clássicas do movimento estudantil, como passagens em salas e panfletagens nos Restaurantes Universitários. Não, a disputa só se tornaria completa quando participamos de todos os fóruns da UNE; só se tornaria completa quando tirássemos delegados para poder intervir com mais “qualidade” nos espaços; só se tornaria completa quando para “negá-la”, precisássemos afirmá-la ainda mais e numa proporção muito maior do que nossa suposta negação.
Mesmo esse argumento por si só não sendo válido, a pergunta que precisamos fazer é: seria a UNE tão legítima e representativa para o jovem brasileiro como afirma o PSOL? Nas jornadas de junho, na semana entre 17 e 23, saíram às ruas mais de 2 milhões de pessoas em todo o Brasil, em sua maioria divididos em alguns grupos de secundaristas, universitários, e por fim (e provavelmente o grupo mais volumoso) jovens com empregos precarizados, que trabalham de dia para pagar o seu estudo, em uma universidade particular, à noite.
Façamos um pequeno cálculo matemático agora: o PSOL afirma que milhões de estudantes (e, portanto milhões de jovens) legitimam e se sentem representados pela UNE, e a realidade nos mostra que milhões de jovens foram às ruas em junho. Não seria absurdo dizer que entre esses dois conjuntos (1. número de jovens que legitimam a UNE e 2. número de jovens que foram às ruas) há uma generosa intersecção de pelo menos alguns milhares de estudantes. Por que não se via jovens saírem de suas casas enrolados na famosa bandeira azul da entidade? E mais, por que nas mobilizações em todo o país esses jovens mandaram baixar as bandeiras da entidade que supostamente eles legitimam e se sentem representados?
A resposta não pode ser outra, e não é: a verdade é que a UNE não representa a juventude que saiu às ruas; que a UNE que foi protagonista nas lutas do passado já não existe mais; e que essa juventude que está disposta a se chocar contra todas as formas de governos, só conhece a UNE a partir das fotos e a associa com o que há de pior na política brasileira e pelos regulares ataques que ela faz aos direitos estudantis. Quem legitima a UNE não é o estudante brasileiro, isso ficou muito claro em junho, quem na verdade a legitima é a política da Oposição de Esquerda que quer convencer os estudantes que disputar a UNE ainda vale a pena.
Antes que os camaradas queiram rebater com argumentos de que “a bandeira da ANEL também foi obrigada a ser baixada nos atos”, dizemos com toda sinceridade que infelizmente isso é verdade. Trata-se também de um reflexo da experiência feita por esses jovens que ao longo de 10 anos, não tiveram a UNE como entidade que estivesse em sua defesa, mas sim na defesa das políticas do governo. Além disso, a grande maioria dos jovens brasileiros ainda não perceberam a justeza de construir uma nova entidade estudantil anti-governista que esteja a serviço da luta da juventude e da classe trabalhadora. Porém, esse dia chegará e a juventude que hoje se coloca em movimento construirá sua nova direção e nós acreditamos firmemente que a ANEL contribuirá com este projeto. Dito isso, seria desonesto comparar uma entidade histórica de mais de 70 anos, com uma entidade com 4 anos. Não seria uma análise séria desconsiderar que a falência da UNE na tarefa de defender os interesses da juventude brasileira afeta a consciência desses jovens de um modo a negar qualquer tipo de organização.

Existe uma esquerdização por parte da UNE?


Segundo León Trotsky, revolucionário russo, uma das características de uma situação revolucionária é a esquerdização da classe média ou pequeno-burguesia, ou seja, quando a classe média de um determinado país apoia massivamente a tomada do poder pelo proletariado. Apesar de não haver uma situação revolucionária no país, é possível afirmar, a partir do apoio massivo da população e de sua participação nas manifestações, que há uma esquerdização da classe média no Brasil, e que parte dos jovens brasileiros estão nesse processo.
A esquerdização de uma ampla parcela da sociedade é algo fundamental para o avanço das lutas, não só pelo fato de se colocar em movimento um amplo setor, mas também porque pressiona as centrais sindicais burocratas a também se colocarem em movimento: uma base “esquerdizada” pressiona uma esquerdização por parte da sua direção.
Duas das maiores centrais sindicais do Brasil, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical, ambas burocráticas e governistas, foram pressionadas por suas bases a aderirem às paralisações do dia 11 de julho. É fato que elas não queriam participar das manifestações; é fato que o PT, partido que dirige a CUT, não queria sua participação. Porém, a pressão das massas fez com que elas participassem, fazendo com que o dia 11 fosse uma das maiores paralisações da história do movimento sindical brasileiro. Negar isso, como faz o PSOL, é negar uma forma de organização da classe, suas direções, seu nível de consciência e seus métodos de luta.
A pergunta aqui, no entanto, é: o que aconteceu com a CUT e a Força Sindical também aconteceu com a maior burocracia do movimento estudantil? Ou seja, a juventude saindo às ruas pressionou a UNE a sair também? Fez com que essa entidade adotasse um discurso e uma política mais à esquerda do que vinha fazendo no passado?
A resposta é “não”! Tal fato não aconteceu e o próprio CSOL confirma isso, em suas conclusões sobre a primeira reunião da diretoria plena da UNE, da qual o PSOL faz parte. Eles afirmam já nas primeiras linhas: “Não houve nenhuma grande novidade na forma de condução do espaço da UNE pela UJS e o restante da diretoria majoritária. Não houve nenhuma grande surpresa na defesa quase que irredutível ao Governo Federal Petista, provando que a tão importante autonomia dos movimentos sociais passa longe da UNE há anos”.[3]
Isso significa que mesmo com uma mobilização de massas, majoritariamente de juventude, com pautas como 10% do PIB pra educação pública já, Passe Livre já, 10% do PIB pra saúde púbica já, a direção atual continua defendendo o governo do PT e não se sente pressionada a ouvir a voz dos estudantes quem vem das ruas e muito menos defender seus interesses. Mais explícito ainda da falta de compromisso com a juventude brasileira e da não “esquerdização” por parte da UNE é a aprovação do Estatuto da Juventude, um ataque ao direito estudantil da meia entrada. 
Tal elemento não é secundário e não pode ser ignorado pelos militantes do movimento estudantil, pois caso houvesse uma esquerdização da UNE seria tático discutir se era correto ou não impulsioná-la e a melhor maneira de fazê-lo, fosse por dentro ou por fora da entidade. Porém, uma vez que a UNE não foi legitimada durante as jornadas de junho, e que ela não se sente nem um pouco pressionada em defender os interesses dos estudantes, é possível afirmar que não aconteceu nenhuma virada à esquerda por parte da UNE, e mais, que ela está se consolidando cada vez mais como o braço do governo no movimento estudantil. Por isso, fazemos uma pergunta honesta aos camaradas, o que vocês querem e esperam da União Nacional dos Estudantes?

Negar o velho e construir uma nova direção


Nesse primeiro momento de mobilização, em que, mesmo havendo um alto salto na consciência dos brasileiros e brasileiras, este ainda não representa um ruptura completa com a sociedade atual. É normal que os milhões de manifestantes que se colocaram em movimento achem mais fácil negar a velha forma de fazer política e suas instituições do que propor o novo.
O fato de a UNE não construir as lutas nos últimos 20 anos não traz apenas uma consequência objetiva – uma série de derrotas ao movimento estudantil e à juventude brasileira –, mas também um elemento subjetivo: 20 anos sem lutas significa um atraso na consciência do jovem que agora se manifesta na desconfiança por eles com as centrais sindicais, partidos políticos e entidades estudantis. 
O que os camaradas do PSOL não compreendem, é que parabenizar e enaltecer essa negação por si só é um erro. Quando os camaradas negam o 11 de julho por completo, não diferenciando as centrais que estão apenas contribuindo para o retrocesso da consciência da juventude, nossa verdadeira tarefa é elevar a consciência deles, mostrando que, se é certo que negar PT, CUT, UNE e outras centrais sindicais, também é certo explicar pacientemente para esses novos camaradas que estão se formando nessas mobilizações que é necessário construir uma outra direção, controlada pela base, que seja capaz de conduzir a juventude junto com a classe trabalhadora a uma vitória contra esse regime.
Ao não propor isso, e ainda mais, ao continuar legitimando uma entidade como a UNE, os camaradas falham na tarefa mais importante: a de mostrar aos jovens e trabalhadores brasileiros que eles são senhores do seu próprio destino, que eles podem e devem romper com a lógica da sociedade atual e construir uma nova sociedade onde não haja nenhuma forma de exploração, e que isso não vai cair do céu, mas apenas com uma luta consciente e organizada, luta esta que exige uma forma sólida de organização.
Nós da juventude do PSTU, continuaremos nessa perspectiva, a de explicar pacientemente para todos os jovens militantes, camaradas valorosos, que hoje andam lado a lado conosco nas manifestações em todo o Brasil, a necessidade de construir organismos da classe, pela classe e a serviço da classe, para que possamos elevar a qualidade de nossa luta. Nesse sentido, continuaremos a apresentar a ANEL, única entidade estudantil anti-governista capaz de ser o embrião de uma organização muito mais poderosa. A todos que hoje participam das manifestações, é preciso parar de iludir os jovens com o velho, é preciso construir o novo!

Por Guilherme Barbosa, da juventude de FORTALEZA

Com buchada e farofa de ovo, manifestantes questionam gastos do governo de Cid Gomes (PSB)


Por Camila Chaves, de FORTALEZA

     Longe dos canapés de caviar, crepes de lagosta e escargots na manteiga de alho, foi com buchada e farofa de ovo que os cearenses manifestaram sua indignação diante do valor do contrato fechado pelo governo Cid Gomes (PSB) com serviços de buffet e decoração. Ao todo, serão R$ 3,4 milhões com gastos que incluem alimentos que a maioria da população jamais pode sequer experimentar.
     O protesto aconteceu no último sábado, próximo ao Palácio da Abolição, e começou a ser convocado pelas redes sociais após o deputado Fernando Hugo (PSDB) ter saído em defesa de Cid Gomes ao afirmar que “O governador não pode oferecer buchada, panelada, sarrabulho e paçoca, porque internacionalmente tem pessoas que se alimentam dentro daquilo ofertado pelo cardápio do buffet”.

Você sabe o que é caviar? Pergunta pro Cid, ele vai te falar.

     De forma lúdica, o protesto reuniu diferentes gerações em torno de uma pauta que muito pesa à vida dos jovens e trabalhadores cearenses: as prioridades orçamentárias do governo estadual. Enquanto o Ceará vive uma das piores secas de sua história, o governo constrói um aquário que custará R$ 350 milhões. Com  buffet e decoração, somente nos últimos dois anos, foram gastos quase R$ 5 milhões. Mais uma prova de que não se trata de uma novidade.
     Porém, há um elemento novo: a juventude que foi às ruas de Fortaleza em junho, assim como os trabalhadores que pararam suas atividades no 11 de julho, têm mostrado que não irão mais aceitar de forma passiva tais absurdos. Os jovens da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (Anel), participaram do espaço reivindicando mais investimento em saúde e educação e passe livre, já.
     Para a estudante Diene Anjo, que participa do Mais Pão Menos Circo – organismo surgido após as mobilizações de junho –, “As pessoas abriam os olhos. Elas estão mais interessadas em protestar e ainda que muitas não venham até aqui, elas estão sabendo dos gastos abusivos do governador Cid. Por isso a importância desse ato, para demonstrar que as pessoas apoiam as manifestações e que elas continuam na luta”, afirmou.
           
Nem escargot, nem caviar. Eu digo: Fora, coronel do Ceará!

     O Palácio da Abolição, onde aconteceria o protesto, foi cercado com grades e recebeu forte reforço policial para garantir sua guarda. Bloqueio do trânsito, revistas e apreensão de objetos como faixas e máscaras, foram constantes. Uma Kombi de som da CSP Conlutas (Central Sindical e Popular) foi impedida de estacionar próximo ao local, sob ameaça de prisão dos sindicalistas. Mais uma demonstração clara de que toda propaganda de diálogo do governo não passa de uma falácia.
     A militância do PSTU participou da atividade, apresentando seis motivos centrais para exigir o “Fora Cid Gomes!” no Ceará e defendendo amplamente a necessidade de que as mobilizações de rua incorporarem à sua pauta essa bandeira. Um novo Dia Nacional de Paralisações vem sendo convocado pelas centrais sindicais para o 30 de agosto. No Ceará, essa deve ser uma oportunidade para fazermos essa exigência.

     Confira o boletim regional distribuído pelo PSTU durante a atividade: http://goo.gl/98DQuL

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Mudança da data do Acampamento de Jovens Revolucionários de Fortaleza


A realidade no país mudou. As mobilizações de hoje tomam proporções muito mais aprofundadas do que mobilizações organizadas antes do período que teve início no Brasil com as jornadas de junho. A juventude e os trabalhadores estão na ofensiva, os governos, prefeituras e seus capachos que se cuidem. Impulsionados pelos jovens que balançaram as ruas em junho, os jovens hoje, junto à classe trabalhadora que se incorporou ao processo em julho, já se preparam para o 30 de agosto, o Dia Nacional de Paralisações que concentrará, em 24 horas, a luta que terá a força de milhares de vidas que avançaram, em pouco mais de 2 meses, para uma consciência cada vez mais próxima do caminho da revolução do nosso país. Algo magnífico. Digno de muita atenção por nossos olhos.

Câmaras Municipais como a de Porto Alegre, Rio de janeiro, Campinas são ocupadas por todo o país. A polícia, mandada pelos governos repressores, que vão do PT ao PSDB, nunca teve tanto receio de reprimir. Tem medo do retorno da juventude de junho e da força cada vez mais forte dos operários. Aqui em Fortaleza vemos a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), junto com a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (Anel), construir um importante espaço de unidade de ação junto a importantes sindicatos que cada vez mais desconfiam de suas direções traidoras. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) principalmente, se vê forçada a ir às ruas para não perder a sua base. A UNE e a UBES, no dia 11 de julho comemoraram a aprovação do Estatuto da Juventude que restringe a meia-entrada estudantil e traz de volta o monopólio das carteirinhas. Já a ANEL está construindo um dia 30 que será repleto de lutas unitárias com os servidores técnicos e docentes das universidades em Fortaleza e no interior.

Vimos também, nesta quinta-feira, dia 22 de agosto, mais uma vitória do movimento de luta em defesa do Cocó, que conseguiu que fosse revogada temporariamente a ação que permitia a desocupação do Parque pela polícia. Sabemos que a polícia, Roberto Cláudio e Cid Gomes recuaram porque sabem da força dos resistentes e do forte apoio da população às mobilizações. A juventude do PSTU, a ANEL e a CSP-Conlutas estiveram presentes em apoio à resistência.

Essa nova realidade exige que nós, da juventude do PSTU, estejamos cada vez mais mergulhados e ao lado dos trabalhadores e da juventude em suas lutas dentro e de fora da Universidade, como as lutas contra a opressão ou em defesa da legalização do Parque do Cocó. É nesse sentido que queremos aqui comunicar o adiamento do Acampamento de Jovens Revolucionários de Fortaleza marcado para acontecer neste fim de semana, nos dias 23, 24 e 25 de agosto, para que possamos nos colocar ainda mais ao lado da juventude, dos jovens trabalhadores que sonham e lutam pelo direito ao futuro.

Saudamos aquelas e aqueles que já haviam confirmado presença no acampamento e convidamos a todos para construir junto à nossa juventude, à ANEL, CSP-Conlutas e outras entidades um glorioso dia 30, que será mais um passo para a construção de uma sociedade socialista. Convocamos todos os jovens lutadores para o Acampamento de Jovens Revolucionários, com nova data, que será os dias 20, 21 e 22 de setembro de 2013. Entre em contato com nossos militantes pelo Facebook, e-mail, twitter e venha conhecer a juventude do nosso partido. Jovens que sonham e lutam, venham para o PSTU!

Por Max Nunes, da juventude do PSTU

Ocupação do Parque do Cocó segue forte e vitoriosa

Por Dayana Coelho, de FORTALEZA

Depois da violenta desocupação ao Parque do Cocó, ocorrida no dia 08 de agosto, mais uma vez o prefeito Roberto Cláudio (PSB) pretendeu usar da força e da truculência para retirar as pessoas que voltaram ocupar o Parque. Mas dessa vez, a resistência e a obstinação dos manifestantes seria recompensada com mais uma vitória.

Desde o dia 12 de julho diversas pessoas ocupam o Parque do Cocó para impedirem a construção do viaduto que destruiria uma parte da principal área verde da cidade. Mesmo com a obra tendo sido embargada pela Justiça Federal, o prefeito insiste na batalha judicial para a construção da “única alternativa viável” para a melhoria do trânsito da área e na manhã do último dia 23, mais uma violenta desocupação estava prestes a começar.

Os manifestantes não se intimidaram com o aparato policial que de minuto a minuto cercava a área: equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), Comando Tático Motorizado (Cotam), Raio, e Canil da PM e do Batalhão de Choque da Polícia Militar se preparavam para cumprir a decisão judicial de desocupação da área reivindicada pela Prefeitura, enquanto várias pessoas se acorrentavam às árvores do Parque e mostravam-se dispostas a enfrentar tudo para barrar os ambiciosos e lucrativos planos do prefeito de devastar uma das mais importantes áreas verdes da cidade.

A poucos minutos do início da desocupação, a mesma juíza que havia proferido a decisão para a reintegração da área, voltou atrás e mandou cassar todos os mandados que determinavam a retirada dos manifestantes da área. Mas essa atitude não foi dada pela benevolência da juíza, ou simplesmente pelo afinco e trabalho duro dos advogados que defendem o movimento de ocupação. Ela é resultado, principalmente, da resistência, da perseverança e da organização da população que a mais de 40 dias ocupa o Parque.

As jornadas de junho ensinaram uma importante lição a toda a população brasileira: apenas a ação direta, as manifestações organizadas, o povo nas ruas e em luta poderão trazer as conquistas necessárias para a melhoria da condição de vida dos brasileiros. Esses passos vêm sendo seguidos por todo o Brasil com vitórias importantes: revogações de tarifas de transporte, passe livre, mais investimentos em saúde e educação e os governantes sendo obrigados a negociar com a população.
Em Fortaleza não é diferente, ainda mais quando a população se enfrenta com a autoritária oligarquia Ferreira Gomes, que come caviar em luxuosos buffets enquanto grande parte da população do estado passa fome.

Tanto o governo de Cid Gomes, quanto o de Roberto Cláudio defendem, incansavelmente, os interesses dos ricos e poderosos que lucram com o sofrimento e a exploração dos cearenses. Não por acaso Roberto Cláudio insiste nas obras do Cocó que beneficiará empreiteiras, concessionárias e tantos outros empresários enquanto a população vai continuar a pagar tarifas altas para transportes públicos de péssima qualidade.
E não é apenas um viaduto que irá resolver o já caótico trânsito da cidade, mas sim investimentos em transporte público, para que esse seja de qualidade e transporte as pessoas de maneira digna aos lugares onde precisem ir. Com Passe Livre para estudantes, idosos e desempregados, se pode garantir a ida e vinda das populações que não têm como pagar pelas tarifas. Essa não apenas é uma alternativa viável, mas necessária e completamente possível, a exemplo de algumas cidades brasileiras.

A defesa das áreas verdes se choca com os interesses dos empresários que não medem esforços para aumentar seus lucros, devastando tudo que vêem pela frente, por isso defendemos que a luta em defesa do Parque do Cocó defenda um programa não só de um desenvolvimento sustentável, mas de um desenvolvimento que tenha em conta a saúde, a vida e desenvolvimento benéfico da natureza e das pessoas.
Enquanto os manifestantes comemoravam a vitória de permanecerem na área, resistindo e ocupando em defesa da natureza, entoavam: Roberto Cláudio, daqui ninguém me tira! Uma vez mais podemos constatar que a população tem a cada dia valorizado mais a luta, as manifestações, a resistência aos mandos e desmandos, pois esse tem sido o caminho para grandes conquistas. E estamos nas ruas mandando um recado à burguesia: das ruas e da luta, daqui ninguém nos tira!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Um convite à juventude que luta e sonha: seu lugar é no PSTU


Camilla Moura da Juventude 

 Nos últimos meses a juventude brasileira protagonizou grandes atos com milhares de pessoas que tomaram conta de todo o Brasil, somando milhões, algo que não se via desde os tempos do “Fora Collor!”. A maior parte dos jovens de nossa época nunca havia, até então, vivenciado algo parecido, nunca tinham visto no Brasil mobilizações de massas ao vivo, tendo apenas lido nos livros ou tido notícias de outros países.

 Isso nos coloca novas perspectivas, nos faz construtores de um capítulo importante da história do país e do mundo. A situação política do Brasil não é mais a mesma, a estabilidade e a popularidade quase intocáveis dos governos do PT, agora com Dilma à frente, foram abaladas.

 Inicialmente com as reivindicações “Contra o aumento da passagem”, seguindo com a indignação diante dos investimentos abusivos na COPA e o descaso com o transporte a saúde e a educação, a juventude tomou as ruas, questionou a política do Governo, que viu sua popularidade despencar em 30 pontos, e mostrou que lutando é possível vencer!

 A tarifa foi reduzida em mais de 40 cidades, o projeto da Cura Gay foi arquivado e o do passe livre foi apresentado no Senado. A PEC 37 caiu. Os jovens viram que na rua podem construir uma realidade diferente. Mas o que fazer a partir de agora?

 Com a desilusão com os governos do PT e também do PSDB, DEM, etc, muitos se perguntam: e agora, o que fazer? Escolher um melhor candidato nas próximas eleições? Nós achamos que não. Não acreditamos que “votar melhor” irá resolver os problemas, pois votando o sistema não muda. Continuaremos num estado capitalista, que sustenta os interesses da burguesia. Então como mudar essa realidade?

 Pensamos que para romper verdadeiramente com esse sistema é preciso faze revolução!, uma revolução socialista onde trabalhadoras e trabalhadores e jovens tomem o controle do país e do mundo. Precisamos lutar pela superação do capitalismo, que é desigual, que extermina o futuro da juventude.

 A corrupção, a fome, as péssimas condições de saúde, transporte, etc são fruto desse sistema e para lutar por uma sociedade mais justa, sem exploração e opressão, é necessário nos organizar, no cotidiano de nossas vidas, em um instrumento que nos possibilite uma real luta política pela construção de uma nova sociedade.

A burguesia, os grandes empresários têm os seus partidos, seus governos para garantir vitórias eleitoreiras e a manutenção da ordem vigente. A juventude e os trabalhadores precisam também construir o seu partido, sua direção, que se organize a serviço das lutas e do socialismo.

Por isso, nós da juventude do PSTU decidimos nos organizar neste partido e queremos, com o Acampamento, apresentar aos lutadores das jornadas de junho o que acreditamos como alternativa socialista e revolucionária.

Com filmes, discussões, oficinas artísticas e muita descontração, o acampamento será um oportunidade de refletir mais sobre a nova realidade do país e de conhecer melhor nosso programa, o que defendemos e o que construímos na prática.

Juventude que luta e sonha, é tempo de tomar partido! Venha para o PSTU!

domingo, 11 de agosto de 2013

Reunidas em plenária estadual, entidades aprovam moção de apoio às lutas em defesa do Parque do Cocó

Entidades devem participar do ato público convocado para o dia 15, com concentração às 14h, na Praça Portugal.

As entidades reunidas no último sábado (10) na plenária estadual de preparação da paralisação nacional convocada pelas centrais sindicais para o dia 30 de agosto aprovaram moção de apoio aos manifestantes e às lutas em defesa do Parque Ecológico do Cocó. De acordo com o coordenador estadual da CSP Conlutas, José Batista, essas lutas são, a exemplo de tantas outras que acontecem em todo o país, mais uma prova da disposição de luta da juventude que foi às ruas em junho para fazer exigências aos governos. 

“Nós, trabalhadores, com apoio da juventude organizada na ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre), estamos preparando um novo dia nacional de lutas para o 30 de agosto. É muito importante que aqui em Fortaleza esse dia seja também um dia de luta dos jovens que foram às ruas em junho, um dia para fortalecer suas pautas, como a defesa justa do Parque do Cocó. Nós, entidades aqui reunidas, manifestamos nosso repúdio às repressões e toda nossa solidariedade e apoio aos manifestantes em ocupação”.

No calendário de atividades que culminarão no 30 de agosto, a plenária incorporou também a participação no ato Mobilidade Urbana pra quem? A que preço?, que vem sendo convocado para o dia 15, com concentração às 14h, na Praça Portugal.

Clique aqui para conferir a nota.

No Ceará, plenária estadual fortalece preparação do dia 30 de agosto

Mais de trinta entidades entre sindicatos, oposições e coletivos fizeram-se presentes


Por Camila Chaves, de FORTALEZA

Em todo o país, segue forte o ritmo de preparação do Dia Nacional de Paralisações, convocado pelas centrais sindicais para 30 de agosto, e no Ceará, não tem sido diferente. Um exemplo disso foi a vitoriosa plenária estadual realizada na manhã do último dia 10 sob organização da CSP Conlutas¹, SINTSEF², FUASPEC³ e SINDSSÉTIMA4, importante bloco que vem sendo formado na perspectiva de fazer avançar as lutas das trabalhadoras e trabalhadores.

Ao todo, mais de trinta entidades entre sindicatos, oposições e coletivos participaram da atividade que debateu a necessidade de avançar na preparação da paralisação de 30 de agosto e apontou os desafios da classe trabalhadora diante da atual conjuntura política no país, marcada pelas mobilizações dos milhões de jovens que foram às ruas em junho, e de milhares de trabalhadores que pararam suas atividades no 11 de julho.

Para o coordenador estadual da CSP Conlutas, José Batista, a plenária serviu para fortalecer as diferentes lutas que ocorrem no estado. “Politicamente, esse espaço foi muito vitorioso. Nós conseguimos reunir aqui as entidades e movimentos, como o ‘Mais Pão Menos Circo’, que tem tocado as principais lutas no Ceará. Sem sombra de dúvidas, hoje saímos daqui com um bloco de lutas fortalecido e é justamente nesse tom que seguiremos para a construção do dia 30.”

A universitária da Assembleia Nacional de Estudantes Livre – Anel, Natália Lídia, destacou um dos princípios da entidade, a aliança operária-estudantil e falou sobre uma das principais lutas ocorridas em Fortaleza, a luta em defesa do Parque do Cocó. “Em todo o país, a juventude segue nas ruas, com ocupações de câmaras e atos públicos que se chocam diretamente com os governos e sua forte repressão. Para fortalecer ainda mais essas lutas, é importante que elas se encontrem com as lutas dos trabalhadores, e o dia 30 pode ser esse momento”.

Ao final, as entidades presentes aprovaram uma moção de apoio às lutas em defesa do Parque do Cocó, área de preservação ambiental que vem sendo ameaçada pelo governo municipal, com apoio do governo estadual, para atender a interesses da burguesia local. Além disso, a plenária reafirmou o desejo e a disposição das entidades em construir, em Fortaleza, um dia de paralisações com caráter de greve geral para fazer avançar ainda mais a consciência da classe trabalhadora.

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¹ Central Sindical e Popular; ² Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará; ³ Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais do Ceará; 4 Sindicato dos Servidores da 7ª Região da Justiça do Trabalho.

sábado, 10 de agosto de 2013

Moção de apoio do plenário estadual de preparação do 30 de agosto em defesa do Parque do Cocó

Em tempos de lutas e grandes desafios à juventude e à classe trabalhadora, o fortalecimento de entidades representativas e o apoio às mobilizações que se chocam com os governos e os patrões, a cada dia tornam-se mais importantes.

A mudança política da conjuntura de nosso país, iniciada com as mobilizações que levaram milhões de jovens às ruas em junho e confirmada com as paralisações e greves dos trabalhadores no 11 de julho, segue em curso, incorporando pautas específicas em cada região.

Aqui em Fortaleza, essa mudança política atualiza uma pauta histórica que trata da defesa das áreas de preservação ambiental como o Parque Ecológico do Cocó. Tal luta tem agregado centenas de manifestantes que mostram sua disposição de luta resistindo à dura repressão dos governos municipal e estadual.

Por isso, nós, entidades, coletivos e oposições reunidas no plenário estadual de organização do Dia Nacional de Paralisações que acontecerá no 30 de agosto, manifestamos nosso repúdio à repressão dos governos e todo apoio às manifestações contra as remoções e em defesa do Parque do Cocó. 
Assim, fica o nosso convite para fazer do 30 de agosto também um dia de luta em torno dessa pauta.

- Pela legalização e revitalização do Parque do Cocó;
- Contra as remoções das comunidades no seu entorno;
- Não à construção do viaduto que desmata o Cocó! Por 2% do PIB para a construção de um verdadeiro plano de mobilidade urbana;
- Pela melhoria de qualidade do transporte público e diminuição imediata das tarifas dos transportes coletivos.

Entidades presentes na plenária: 
CSP Conlutas, Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre, Movimento Mais Pão Menos Circo, FUASPEC, SINDSSÉTIMA, SINTSEF-CE, ADUFC, AFBNB, AntiQUIPROCO, ASENMESC, ASNUT, ASSECULT, ASSEEC, ASSTDS, Mova-se, Oposição Bancários, Oposição CSP Conlutas pela base na educação, PCB, PSTU, SENECE, SIAMTC, SINDCONFE, SINDETRAN, SINDIODONTO, SINDJUSTIÇA, SINDURCA / ANDES, SINSERJ, SINTAF, SINTETI, SINTIGRACE, SINTRO, SINTSEF, SINTSEF, SINTSEMQ, SINTUFCE, SISEMJUM, STICCRMF.

Fortaleza, 10 de agosto de 2013.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Em nome do desenvolvimento ou desenvolvimento em nome de quem? | Nota do PSTU em defesa do Parque do Cocó

Na Fortaleza marcada pela forte especulação imobiliária e megaconstruções, as lutas em defesa das áreas de conservação ambiental, como é o caso do Parque Ecológico do Cocó, não datam de hoje. Contudo, as mobilizações que, em junho, levaram milhões de jovens às ruas, e em julho, marcaram a entrada da classe trabalhadora nesse processo, modificando bruscamente a conjuntura política de nosso país, atualizam esta luta e dão a ela um corpo ainda maior.

Uma prova disso foi a disposição de luta manifestada por dezenas de pessoas que estiveram, há 28 dias, na manutenção de um acampamento construído no sentido de defender o Parque do Cocó, e destruído esta madrugada sob forte repressão policial em nome de um dito desenvolvimento que se expressaria na construção dos viadutos entre as avenidas Engenheiro Santana Junior e Antônio Sales, uma das regiões mais cobiçadas pela burguesia cearense.

Os mesmos governos que propagandeiam de maneira incansável uma suposta disposição de diálogo, foram os mesmos que armaram com spray de pimenta, bombas de efeito moral, armas de choque e balas de borracha, os 120 homens da Guarda Municipal que de forma truculenta invadiu barracas e agrediu os acampados, ou o Batalhão de Choque e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) que durante todo o dia se enfrentou com os manifestantes.

A alternativa para o problema de mobilidade urbana, há anos enfrentado pelos fortalezenses, não será resolvido, diferentemente do que diz o prefeito Roberto Cláudio (PSB), com a construção de túneis e viadutos, mas sim com a efetivação de um transporte público de qualidade, com passe livre para estudantes e trabalhadores desempregados, redução imediata do preço da passagem de ônibus e expansão das linhas de metrô que hoje são completamente insuficientes.

Após um dia inteiro de muito enfrentamento, a Justiça concedeu, a pedido do Ministério Público Federal, uma liminar que embarga as obras dos viadutos. Contudo, as lutas não param por aí, e a postura resistente dos manifestantes, que não abandonaram o local e retomaram ocupação ao final da noite, confirma isso. Não é de hoje que as áreas de proteção ambiental são consideradas um empecilho à expansão do capitalismo que explora, oprime, devasta.

Por isso, a luta em defesa de áreas como o Cocó não podem estar apartadas de uma luta ainda maior, que se enfrenta diretamente com os interesses econômicos da burguesia que lucra com as construções e dos governos municipal, estadual e federal que estão a serviço desta burguesia. A luta em defesa do Parque do Cocó deve ser uma luta que, reunindo jovens e trabalhadores, deve exigir um modelo de desenvolvimento em que o lucro não esteja acima das pessoas nem da natureza.

- Todo apoio às manifestações em defesa do Parque do Cocó;
- Repúdio à ação truculenta e repressão aos manifestantes;
- Pela legalização e revitalização do Parque do Cocó;
- Passe livre para estudantes e trabalhadores desempregados;
- Pela redução imediata do preço das passagens;
- Por transporte público de qualidade e expansão das linhas do Metrofor.

Fortaleza, 08 de agosto de 2013.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Ato de rua marca dia nacional de luta contra as terceirizações em Fortaleza


Por Camila Chaves, de FORTALEZA

Sindicatos filiados à diversas centrais sindicais, bem como entidades do movimento social e estudantil realizaram, na manhã deste dia 6 de agosto, um ato unitário como parte do dia nacional de mobilizações contra o Projeto de Lei 4330, que amplia as terceirizações. Com concentração em frente à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), os manifestantes seguiram em passeata até o Palácio do Governador, onde se encontrou com o movimento popular.
            
De acordo com o coordenador estadual da CSP Conlutas (Central Sindical e Popular), José Batista, o projeto de lei apresentado pelo deputado Sandro Mabel (PR/GO) pretende flexibilizar ainda mais os direitos dos trabalhadores. “Nós sentimos na pele com as terceirizações e um exemplo disso são os nossos salários tão rebaixados. Se aprovado, a terceirização vai passar a ser permitida em todos os setores. Só a nossa luta contra pode barrar mais esse ataque aos trabalhadores!”.
            

Para a universitária da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), Natália Lídia, a luta contra o PL 4330 é também a luta dos milhões de jovens que foram às ruas em junho: “Muitos que ali estivemos somos também trabalhadores, a maioria terceirizados e submetidos a péssimas condições de trabalho. Agora o nosso papel, o papel dessa juventude que foi às ruas, é permanecer nas ruas com os trabalhadores em seus principais enfrentamentos. Por isso estamos juntos nessa mobilização e também na construção do dia 30 de agosto!”.
            
A mobilização contra o PL 4330 em Fortaleza faz parte de um calendário de ações que culminarão no Dia Nacional de Paralisações (30 de agosto), construído por todas as centrais sindicais. Além desta atividade, uma parte das centrais e movimentos que reivindicam mais fortemente a independência das entidades da classe em relação aos governos, organizam um seminário que acontecerá no dia 10 de agosto. O seminário objetiva debater e programar ações que permitam construir em Fortaleza, um forte dia de paralisações no dia 30 de agosto.

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